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Com um sorriso, chegas ao infinito.

Bem-vindo ao meu Blogue!

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29.04.22

Sopros de Alento


Maria Neves

 

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Sem ver o mar,        
Sem sentir na falésia o rugir do vento,
Sem sentido para caminhar,  
Um "suplício" que ainda hoje não entendo.

Foi algum tempo de clausura,
Ninguém poderá entender,
Numa completa amargura,
Do nascer do dia, ao anoitecer.

Invadida de angústias, e do que a medicina estabeleceu,
Não, não pode ser,
O que nunca imaginei aconteceu,
Uma atrás da outra, fazer-me-há crescer.

Um sopro de vida acontece,
Quando a rua te parece outro país ,
Quando te aproximas da maré doce,
E o mar te diz,  segue, não perdeste a raiz!

Uma música vinda do Norte,
Da-te força para descobrir,
Que a tristeza é passatempo do desnorte,
E que sempre levaste a vida a sorrir.

Hoje o sol brilha a quem abre o peito,    
O mar está azul e não há vento,            
Não existe medo, mas auto-respeito,
 De quem percorre o  caminho atento.

 

Maria Neves

 

 

 

 

20.04.22

O alecrim Tolentino e o cacto Zabreu


Maria Neves

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Zabreu:     
Querias vento Tolentino?  
Para te limpar as poeiras do Norte de África,    

As teias de aranha,
As flores secas,
As folhas velhas,
Ai o tens, alecrim.
Não sei como consegues,  manter essa verdura toda!...
Sou um cacto infeliz, vermelho, que foi tão bonito.
Estou feio e velho.
Nem no Deserto suportei ventania assim.
Gelado.
Seco.
Estou quase pelado.
Estou a ficar roxo de frio.
Tolentino:

Farto de tanta amargura forjada, o Tolentino ramalhudo respondeu:    
Ingrato, és pior que os humanos. Queres Guerra ?
Vai para o deserto!      
Lá, não viverás num canteiro.  
Não irás ter um jarro de água para te banhar.   
Nem vitaminas.

Nem um Tolentino, para te abrigar do vento.
Irás sobreviver no meio dos Camelos. 
Ficarás debaixo da areia tempos sem fim!
Já te esqueceste?
Invejoso.
Zabreu:

Eu, não sou sou invejoso.
Só queria ser ramalhudo, como o Tolentino.
Não quero ventania.  
Quero Sol.
Calor.    
Ser ramalhudo.   
E poder gostar do vento polar, perto do mar.
Tolentino:

Não vales mesmo nada Zabreu! ...
Cada um é como é, e deve ser Grato pelo que tem. 

Maria Neves

(Contos... )

20.04.22

Cordas da Melodia


Maria Neves

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O apelo da guitarra chamava,
Cada nota naquela noite tinha sentido,
O Poema a minha vida retratava,
Tinha-me encontrado comigo.

O pensamento tem sempre raiz,
Que em profundo chão germinou,
Cada frase cresce na matriz,
De quem em vão por alguém, um dia clamou.

Enquanto escrevo estas palavras,
Reflito num passado recente,
Como o som da guitarra estremece,
Pensando neste mundo demente.

Haverá tanto para agradecer,
Tanto quanto, o viver nos chamou,
Tal como acontece com a noite escura,
Que uma manhã de sol derrubou.

Maria Neves

Imagem:  https://www.sundbergguitars.com/instruments/

 



13.04.22

A Tua Verdade


Maria Neves

 

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Quando olhas, mas nada é o que vês,
Quando a tua verdade é uma miragem,
Enquanto esperas pela tua vez,
Por um mundo sem camuflagem.

Olhas o Outro, com a tua verdade,
Mas ninguém se importa com o que sentes,
O que importa mesmo é a arte,
Que usas em todas as vertentes.

Perdeu-se a noção do Ser verdadeiro,
Perdeu-se tudo pela ambição,
O mundo tornou-se pioneiro,
Em lutas sem fundamento, e na ilusão.

Na tua verdade,
Serás feliz...

Maria Neves

 

 

 

 

01.04.22

Um Café Quente na Mesa


Maria Neves

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Uma rajada de vento,
Uma onda de crista branca, tão perto,
Um café quente na mesa,
Um tempo a correr,  num deserto.

O primeiro dia de Abril acontece,
Com o céu de azul celeste pintado,
Uma gaivota branca enaltece,
Planando, com voo compassado.

O dia está lindo, mas frio,
São os contrastes do tempo,
Tal como num mundo sombrio,
Que contrasta, em cada momento.

A primavera traz a esperança,
Traz um cravo na lapela,
Traz a luz, traz a lembrança,
Trará a cor duma aguarela?

Maria Neves