Nunca Poderei Esquecer
Maria Neves
O ruído do vento que sopra da serra,
O ranger da porta que se fechou,
O grito da esperança que sai da terra,
O que o tempo não levou.
Sigo na direção dos meus sentidos,
Que há muito tempo deixei,
Onde sonhos foram vividos,
Onde com a coruja, à noite cantei.
Sigo por pontes de pau,
Debaixo, uma torrente de lama,
Mas o caminho não será tão mau,
Quando algo muito bom me chama.
Não esqueço o Dezembro frio,
O calor da lareira, a oração,
O autor do livro, o trovão, e o rio,
O grito, o poeta, que mora no meu coração.
Maria Neves