A Fonte da Pena
Maria Neves
Pela estrada da noite viajei,
Toquei na névoa do amanhecer,
No cume da serra pernoitei,
Percorri léguas a descer.
Procurei na berma da estrada,
Uma fonte com água fresca,
Só encontrei erva castrada,
Em solo árido, nada refresca.
Rios e mares do Sul guardais,
As mais frescas águas do desejo,
Sussurrem vossos caudais,
Que sobre este calor tórrido, almejo.
De repente, avisto da ponte,
A pêga branca que voa serena,
Verdes jardins na base do monte,
Encontro, a Fonte da Pena.
Maria Neves