Mundo Novo
Maria Neves
Um bocado de terra,
Uma grande casa, a lua cheia,
Fica lá p'ra trás da serra,
Onde a aranha, teceu a sua teia.
Tempos cruéis afastaram,
O que ainda ninguém entendeu,
O que todos comentaram,
Mais um dia, e não apareceu.
A saudade é cruel,
O canto da coruja me chama,
O meu tempo teve sabor a fel,
Nunca ninguém, perceberá a trama.
Carregar dia-a-dia sobre os ombros,
As escarpas cavadas do medo,
É como vaguear pelos escombros,
E não poder revelar o segredo.
O mundo está no fundo,
No fundo dos valores, e do sonho,
Este também é o meu mundo,
Recuso a parte, do seu lado medonho.
Maria Neves