Não, Ninguém Quer Ver
Maria Neves
A noite de luar acabou,
O horizonte vermelho de frente,
O tempo, esse mudou,
Não posso ficar indiferente.
Assemelha -se a um manto,
Que desliza para um lado,
Não, não há pranto,
Apenas alguém abalado.
Todos olham a nuvem que passa,
Há tempestade no Ser,
Nem terra, nem monte afasta,
Porque há nuvem, mas não vai chover!
Acontece, é um fardo pesado,
Não, Ninguém quer ver,
Mais fácil viver no passado,
Ser obediente, e nada resolver.
Vejo o mar que viaja em vai-e-vem,
Viajo no tempo, entre o tudo e o nada,
Sinto o olhar de quem nada tem,
Haverá uma esperança alienada.
Maria Neves