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Com um sorriso, chegas ao infinito.

Bem-vindo ao meu Blogue!

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30.10.24

Recados Do Vento


Maria Neves

Uma melodia se eleva, Uma nota deixada pelo vento, Subtrai o silêncio da treva, Que arrastou o peso do tempo. Folhas vermelhas cobrem o chão, Os pássaros migram da temporada, Os montes cercam solidão, Que se instalou delicada. Nuvens brancas ao entardecer, O sol brilha, alheio ao temporal, Um dia lindo para reviver, Cantou o pássaro no beiral. Viajando ao anoitecer, Tantos quilómetros de estrada, Tanto ainda, para viver, É tão amável a madrugada. Maria Neves
15.09.24

Teto De Estrelas


Maria Neves

  Caminhei pela noite fria, Por entre os sons do arvoredo, Tive as estrelas como guia, Nunca deixei de seguir o segredo. Nuvens dispersas, o luar, Pelo cantar da coruja me enfeiticei, Travei lutas com as trevas, eu sei, Mas depressa a Luz encontrei. A madrugada vermelha se anunciou, Cansada, no chão me deitei, O Sol de Outono voltou, No perfume da madrugada acordei. Folhas vermelhas dançavam ao vento, Um momento crente e acolhedor, Do orvalho bebi o alento, Que o Universo advertiu (...)
01.07.24

Um Sonho


Maria Neves

  Um Sonho Dançam anjos na estrada, Ao som das ondas do mar, Não há Lua na noite encantada, Não há Luz neste lugar. Pássaros brancos no rochedo, O vento canta ao passar, Traz um recado, um segredo, Enviado pelo nosso Mar. La longe, corre um rio, Nas margens crescem flores, Mata sede ao regadio, Testemunhou grandes amores. A manhã parecia distante, Quando uma luz se anunciou, Com um ruído precipitante, E dança dos anjos findou. Maria Neves
09.02.24

Horizontes De Espuma


Maria Neves

Avisto o rochedo, no mar inquieto, Repouso o olhar, ao longo da ponte, Esperança cativa, neste mundo manieto, Talvez as respostas no horizonte. Sente-se o cheiro da primavera no ar, Voltam os pássaros que seguem a rota, Olhando para cima, não vejo um altar, No oceano, nem barco nem frota. Olhando em frente do nada, Ouve-se uma voz que não fala, proclama, A sua mentira sublimemente ensaiada, Num tom moribundo que já não inflama. Olhando de cima, piso este chão, A pedra branca, (...)
07.01.24

Lentes De Bruma


Maria Neves

Ao longe o mar azul desafia, Conta histórias aos rochedos, Só eles sabem, eu nada sabia, Que o mar também, esconde segredos. Sopra o vento frio do Norte, Da onda, voa a espuma gelada, Toca no sopro, no desnorte, Onde a humanidade se vê trancada. Viajando pelo horizonte, Onde o desejo confunde, Onde o forte se esconde, Onde o profundo do Ser, Sucumbe. Ao crepúsculo, lentes de bruma, O manto voraz da mentira, Em que a verdade não se acostuma, No rumo que nunca assentira. Maria Neves   (...)
11.12.23

Primavera Em Dezembro


Maria Neves

Estou tão triste neste canteiro, Outros,  floridos e encantados, É só chuva, e nevoeiro, E os meus botões abotoados. Quero o frio de Dezembro, Quero o corrupio do vento norte, Sou pequenina, mas não lembro, Um Tempo com tanto desnorte. As roseiras estão floridas, As canas crescem no desfiladeiro, As palmeiras tem folhas compridas, Eu, de botões cheia no canteiro. Sou só uma pequena cameleira, Que oferecia flores pelo Natal, Mas o tempo trocou-me as voltas, E não, não haverá (...)
02.10.23

Não, Ninguém Quer Ver


Maria Neves

A noite de luar acabou, O horizonte vermelho de frente, O tempo, esse mudou, Não posso ficar indiferente. Assemelha -se a um manto, Que desliza para um lado, Não, não há pranto, Apenas alguém abalado. Todos olham a nuvem que passa, Há tempestade no Ser, Nem terra, nem monte afasta, Porque há nuvem, mas não vai chover! Acontece, é um fardo pesado, Não, Ninguém quer ver, Mais fácil viver no passado, Ser obediente, e nada resolver. Vejo o mar que viaja em vai-e-vem, Viajo no (...)
08.09.23

Nunca Poderei Esquecer


Maria Neves

  O ruído do vento que sopra da serra, O ranger da porta que se fechou, O grito da esperança que sai da terra, O que o tempo não levou. Sigo na direção dos meus sentidos, Que há muito tempo deixei, Onde sonhos foram vividos, Onde com a coruja, à noite cantei. Sigo por pontes de pau, Debaixo, uma torrente de lama, Mas o caminho não será tão mau, Quando algo muito bom me chama. Não esqueço o Dezembro frio, O calor da lareira, a oração, O autor do livro, o trovão, e o rio, (...)
26.08.23

A Fonte da Pena


Maria Neves

  Pela estrada da noite viajei, Toquei na névoa do amanhecer, No cume da serra pernoitei, Percorri léguas a descer. Procurei na berma da estrada, Uma fonte com água fresca, Só encontrei erva castrada, Em solo árido, nada refresca. Rios e mares do Sul guardais, As mais frescas águas do desejo, Sussurrem vossos caudais, Que sobre este calor tórrido, almejo. De repente, avisto da ponte, A pêga branca que voa serena, Verdes jardins na base do monte, Encontro, a Fonte da Pena. (...)