No dia 3 de Dezembro de 2022, a comunidade blogger do Sapo publicou o seu segundo livro de Contos de Natal, evento realizado na Biblioteca Municipal da Ericeira - Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, com um acolhimento fantástico, e num edifício lindo. Agradeço a esta comunidade por me ter acolhido e valorizado. Agradeço á Isabel (...)
Conto de Natal #O papel de lustro, sem Pinheiro Como estava branca aquela manhã de 24 de Dezembro de 1976 O Pinheiro ainda estava no pinhal. O papel de lustro vermelho, verde e amarelo já estava cortado, em bolas, em estrelas, e em fitas de harmónio, à espera de fazer a diferença, para o ano anterior. Mas faltava o Pinheiro!... Estava tão perto e tão longe. Olhando à minha volta, parecia que a terra e o pinhal estavam embrulhados num lençol branco, que não voava com o (...)
Conto de Natal #O dia começou branco Foi numa manhã de Dezembro, o dia acordou branco. Eu apressei- me a ir à janela do salão, para programar a nossa Tarde Inesquecível, quando o sol derretesse o gelo. A azáfama era grande, os homens conversavam sobre a qualidade do azeite do ano corrente, por entre uns copos de aguardente para aquecer a alma, na pausa do trabalho, enquanto eu ouvia com muita atenção as fases da preparação da azeitona, antes de ir para o Lagar de azeite. Apó (...)
A criança cresceu ... Estávamos em Novembro de 1970. Numa vila da Beira, um dia chuvoso e frio. Era a faina da apanha da azeitona. Eu tinha apenas oito anos. Era uma menina feliz, a quem nunca faltou muito amor e tinha tudo o que solicitava. Sonhava ser Enfermeira. Com um bago de azeitona na mão, eu olhava, e pensava. Mas como é que sai daqui o azeite? Do alto de uma oliveira um homem falou: “a menina não nasceu para olhar azeitonas, o seu avozinho quer que seja médica”. (...)