Detrás da serra vinham os ventos de Espanha, Detrás da serra saia o sol nascente, Detrás da serra tinha esperança tamanha, Que só terminaria com o sol no poente. Detrás da serra toda branquinha, Uma nuvem escura me alertou, Continua vivendo de mansinha, Que a vida não te atraiçoou. Olhando o mar, lembro a serra da beira, Os ideais que me despertou, A estrada da vida que é traiçoeira, Não esqueci, o que me alertou. Cresci, olhando a serra ao nascer do dia, Da janela, via-a como (...)
Conto de Natal #O papel de lustro, sem Pinheiro Como estava branca aquela manhã de 24 de Dezembro de 1976 O Pinheiro ainda estava no pinhal. O papel de lustro vermelho, verde e amarelo já estava cortado, em bolas, em estrelas, e em fitas de harmónio, à espera de fazer a diferença, para o ano anterior. Mas faltava o Pinheiro!... Estava tão perto e tão longe. Olhando à minha volta, parecia que a terra e o pinhal estavam embrulhados num lençol branco, que não voava com o (...)
Conto de Natal #O dia começou branco Foi numa manhã de Dezembro, o dia acordou branco. Eu apressei- me a ir à janela do salão, para programar a nossa Tarde Inesquecível, quando o sol derretesse o gelo. A azáfama era grande, os homens conversavam sobre a qualidade do azeite do ano corrente, por entre uns copos de aguardente para aquecer a alma, na pausa do trabalho, enquanto eu ouvia com muita atenção as fases da preparação da azeitona, antes de ir para o Lagar de azeite. Apó (...)