Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Com um sorriso, chegas ao infinito.

Bem-vindo ao meu Blogue!

Com um sorriso, chegas ao infinito.

Bem-vindo ao meu Blogue!

13.03.23

A Cotovia-de-Poupa


Maria Neves

É mesmo ao nascer do dia, Ainda o sol não apareceu, Dobra o cantar a Cotovia, Que um novo dia enobreceu. Canta, canta do alto do arbusto, Não tem medo do vento, Canta com alma até ao lusco-fusco, Com alegria vive no tempo. É ouvi-la bem de perto, Quando o seu canto entoa, Esta melodia deixa boquiaberto, Quem pela vida passa à toa. Este simples passarinho de poupa, Símbolo da alegria na natureza, Que de nós pede tão pouco, E canta com tanta clareza. A Cotovia... Maria Neves Foto (...)
21.02.23

Aqui Sustento O Meu Canto


Maria Neves

  Nesta árvore sustento o meu canto, Contemplo ao longe o azul do mar, Livre, solto o meu pranto, Feliz por este galho encontrar. O Inverno é duro e frio, Um Ser como eu pequenino, Ou canto ou assobio, Ou morro lento, triste e franzino. Ao amanhecer afino a minha voz, Sobre o penedo repouso o olhar, Chamo uma brisa que sopre veloz, Aqui eu canto para as ondas do mar. A Primavera tem mais  encanto, Desejo construir o meu ninho, Nesta figueira sustento o meu canto, Na verdade sou (...)
16.02.23

Gotas de Anis


Maria Neves

    Uma pequena gota de chuva que cai, Ao mar se juntará, A semente furtiva a atrai. Na terra se dissipará. O vento sopra de Leste, Frio, intenso e insolente, A gota percorre o chão agreste, Enche de esperança a semente. A pequena semente vestida de anis, Abraça o solo ávido de verdejar, Os dias trarão a raiz, Um prado verde irá fortificar. Pequenas gotas de água da chuva... Maria Neves       
01.11.22

Segredos das Ondas


Maria Neves

  Como poder ficar indiferente, Mesmo que o cansaço se imponha, Ao por do Sol no poente, Ao mar cálido na tarde risonha. Olho cada pequena onda, Beijar devagarinho o rochedo, Perto de mim faz a sua ronda, Parece que esconde um segredo. Segredos do mar, Segredos dos tempos, Procurando apenas amar, Nem que seja só uns momentos. Porque o sol está quente, Porque a chuva acontece, Porque o Outono desmente, O que se assemelha a uma prece. Maria Neves  
03.10.22

Ecos de Outono


Maria Neves

  Desço a avenida em direção ao rio, Avisto um lindo espelho de água, Um cisne negro arredio, Aqui não há tristeza, nem mágoa. Na tarde quente de Outubro, Uma brisa sopra devagarinho, Folhas doiradas caiem ao rubro, Sabe tão bem sentir este carinho. Junto ao rio, os ruídos da água ecoam, Caindo no seu ritmo semeiam paz, Gritos furtivos dos pássaros entoam, Chamando o mais alto de que são capaz . O Outono no seu mais pleno esplendor, Os sentidos incutem confiança, A (...)
13.08.22

Elegia Dantesca


Maria Neves

Madrugada vermelha, O canto dos pássaros foi silenciado, O fogo na serra ao inferno se assemelha, Vento que ninguém ousa calar, sopra desvairado. Viajando no tempo, no mês de Agosto, A Cascata verde escoava, O sol quente, e uma brisa no rosto, A água pelo corpo refrescava. Hoje ao meio-dia o calor abafa, A montanha está a ser consumida, A cascata está seca, A Natureza à miséria resumida. O ser humano é culpado, A Natureza cansou, a catástrofes levará, Ele vive no seu mundo (...)
08.08.22

Sem Ondas


Maria Neves

O mar cálido e brilhante, Toca nas rochas silencioso, Não há ondas, não há vento, Tudo aqui é majestoso. Não há névoa no horizonte,   Não sinto a falta do vento, Não se anuncia Levante,    Sinto-me saindo do tempo. Do outro lado do mar, Do outro lado do Sol, Para além de um simples olhar, Existe um inatingível farol. Maria Neves    
22.07.22

Doces e Verdes Árvores


Maria Neves

Dobramos aos ais, Sob a fúria do vento forte, Nos bosques e pinhais, Chega o braseiro do desnorte. Hoje sou verde e vibrante, Amanhã talvez, um tição na lareira, Enquanto me inclino ao sol da manhã, Nasci raiz, não sou uma guerreira. Vivemos no desassossego, Dia e noite em montes e vales,   Sempre envoltas no medo, Do inferno, nas mãos de todos os males. Somos o pulmão da terra, Sem árvores não haverá vida, Enquanto tudo fica cinza e morto, Chora-se a nossa partida. M (...)
18.07.22

O Lagarto da Água


Maria Neves

  Sou verde da cabeça aos pés, Sou reflexo dos pinhais, Vivo na represa, não há marés, A minha casa não tem umbrais. O calor atrapalha os meus planos, Quero apanhar o sol, restaurar a cor, Mas o mesmo espaço com humanos, Vai de mal a pior. Eu não faço mal a ninguém, Será que sou tão feio assim, Aproximei-me com os meus dentes brancos, Chamaram um exército sem fim. Pobre de mim, pensei em me aproximar, Não tinha maldade, só queria lanchar, Agora eu tenho certeza, Que na águ (...)
02.07.22

O Lugar onde o Corvo Canta


Maria Neves

Quando um dia me retirei, Triste e sem perceber, Porquê deixar o que tanto amei, Em busca da paz para viver. O Sol brilha nas águas do rio, Nunca se fez anunciar, Ele escolhe a hora do dia, Em que  volta e decide brilhar. Com o passar do tempo decidi, Colocar tudo no seu lugar, Se há factos que não esqueci, É que nunca me irei acostumar. O tempo mudou o rumo da viagem, Sou parte do lugar onde o Corvo canta, Onde o que passou foi miragem, Onde o que se passará, já não me espanta. Ma (...)