Vivo num paraíso, não tenho dono, É primavera, estou florido, Todo eu Sou um espinho medonho, Quem me tocar, ficará dorido. De amarelo me vesti, Sou destaque no pinhal, Ninguém se chega aqui, Sou "picudo", mas não faço mal. Pertenço ao mundo verde esquecido, Aquele que alguém pretende extinguir, Quando chegar o verão fico impedrenido, Pronto, p'ro braseiro consumir. Sou o Tojo Amarelo Malaquias, Orgulho-me de ser quem sou, As abelhas visitam-me todos os dias, Se (...)
Olhas o céu aonde quer que vás, Olhas a nuvem, uma ave que voa, sentes a viagem, Absorves o brilho, sentes Paz, A tua existência, não é uma miragem. A loucura que se vislumbra, Com a música que vais ouvindo, O poema te relembra, Se vives, ou vais indo. Em locais do desconhecido, Nos dias difíceis que vão amanhecendo, Os horizontes do olhar fazem sentido, Para as dúvidas que vão crescendo. Não, não procures na noite escura, Faz-te à estrada pela manhã, Encontrarás c (...)
Há Corvos a cantar Estávamos em Abril, o dia estava quente, o céu estava limpo, mas o vento soprava de sudoeste. Eu estava a estudar para uma "Frequência" no sótão da casa. Ouvia-se o som do cantar do Corvo no pinhal da Quinta, situada na Beira Litoral. Ave preta, muito inteligente e não pronúncio do mal. Segundo os trabalhadores agrícolas era um " boletim meteorológico ". Quando ouvíamos o canto do Corvo ao fim da tarde, haveria queda de chuva nos dias (...)